Livro dos Espíritos
Terceira parte – As leis morais
Capítulo II – Lei de adoração
Item – Objetivo da adoração
Questão 652
652. Pode-se considerar a adoração como tendo sua origem na lei natural?
“Ela está na lei natural, já que é o resultado de um sentimento inato no homem; é por isso que a encontramos em todos os povos, embora sob formas diferentes.”
Mensagem de encerramento
Querido filho, querida filha. Estejamos em paz porque um dos resultados da verdadeira adoração é a conquista de uma paz inabalável. Uma paz tão profunda que é capaz de perceber que toda a destruição será conduzida pelos critérios do amor.
Quero falar um pouco deste sentimento inato que todos vocês possuem. Vocês não sabem, mas que o fator central do psiquismo de vocês é a fé em Deus. Não essa coisa tola de crianças rebeldes que dizem ‘ah eu creio’, tá bom, ou de uma reverência falsa, social, a Deus. Tolices. É preciso conquistar uma profundidade no relacionamento com o Criador, para que a criatura tenha verdadeira paz. Os tormentos externos servem, principalmente, para te ajudar, para te socorrer, para te estimular, para te indicar necessidade de aprofundar a tua relação com Deus.
A pobre da criatura às vezes que quer ser burra, porque já poderia entender que tudo o que acontece é estímulo para você se abraçar com o Pai Criador. Não é assim: “ah, estou passando por um tormento porque fiz isso errado”. Isso é verdade muitas vezes, mas o objetivo não é esse. O objetivo mais profundo é o que está aqui: ampliar, te qualificar para que tu viva a lei de adoração de forma profunda. Isto é o mais importante. Porque esse problema que parece uma tempestade terrível é um probleminha que vai passar e você mesmo vai dizer isso quando olhar para trás e disser “ah, eu achei que era uma tempestade que iria destruir o universo e quando eu vi era um ventinho um pouco mais forte”.
O que importa? Importa é que você pode aproveitar a oportunidade e aprofundar tua relação com Deus, como uma criança que quando se assusta busca a mão do pai, da mãe protetora, e aperta a mão com mais firmeza e se sente segura.
É isto que precisa tu fazer. Nos momentos que tem medo, nos momentos que sente desespero, aprofunda tua relação com o teu Criador. Sente que Ele também está em ti. Deus já está em ti, mas tu não sente! Então tu não tens paz profunda. Que tal pensar nisso? Não precisa, por um efeito mágico, atrair Deus para minha vida. Ele já está em mim. Preciso de um esforço sincero para senti-lo mais em mim! Claro que posso ver a ação de Deus ao meu redor. Isso é mais fácil para espírita, penso que é. Penso que tem que ser. Penso que precisa agora, depois de passar por essa etapazinha básica, enfrentar esse desafio maravilhoso. Preciso não apenas ver Deus no mundo externo, das culturas da vida. Preciso sentir a presença e o cuidado de Deus em mim, dentro do meu ser mais profundo, tocando os meus sentimentos mais sublimes.
Isto é o fundamental que desejo a vocês nesse momento. “Como fazer isso?”, vocês perguntam. Filhos é preciso paz para mergulhar na luz. Tem que entender isso. Se vocês mergulham no oceano, vocês precisam dos equipamentos de oxigênio etc. Ok, válido, importante. Se vocês querem mergulhar na luz vocês precisam cultivar paz. Não paz externa, que não existe paz nesse mundo infeliz, é óbvio que isso é tolice! Mas existe e deve existir paz interna. Vocês precisam buscar essa paz interna e aqui me espanto sempre como espíritas são incapazes e incompetentes em buscar paz interna, minimamente. Minimamente. Deveria ser um pouco mais esforçado em relação a isso.
Como cultivar paz interior? Ignoram quase tudo. Ignoram as técnicas desenvolvidas pelos verdadeiros cristãos ao longo de dois milênios! Não sabem nada! Como Pedro fazia para cultivar paz interna? Não têm a menor ideia! Como Paulo fez para superar conflitos tenebrosos? Nem suspeitam como! Coitados. Está tudo escrito, bastaria estudar com um pouco de humildade e atenção. Como tantos grandes luminares da espiritualidade vieram ao mundo e ensinaram o cultivo dessa paz, mas vocês, meus amigos, têm medo. Fazem de conta que esse ensino não foi dado e às vezes até tratam com desprezo! Que triste. O resultado é que mesmo em reunião mediúnica vocês não sabem sequer se concentrar por 5 minutos!
Ora, vocês não treinaram. Chega na hora do combate vai fazer o que? Fica perdido! Difícil entender isso? Vocês não aprenderam a operar uma máquina, aí chega no trabalho para operar a máquina, não sabem o que fazer! É assim que estão as mediúnicas de vocês. Não sabem o que fazer! Espírita não sabe mais o que fazer numa reunião mediúnica. Porque não quiseram aprender a ser preparar para este momento.
Então filhos, menos preparados estão ainda para mergulhar na luz que há em vocês! Há luz em vocês! É como dizer: “ah, na sua cidade tem o mar, tem o lago, vai lá e mergulha”. Não sabe. Há luz em vocês, há muita luz em cada um de vocês. Mas vocês parecem que não querem se qualificar para mergulhar nessa luz e, a partir daí, expandi-la para as outras áreas que precisam ser iluminadas dentro de vocês. Isso vocês precisam aprender a fazer. É como se vocês fossem um continente que tem o mar iluminado. Vocês vão lá nessa região, mergulham, pegam esse tesouro de luz e espalham para as outras áreas. Mas precisam filhos, ter o equipamento mínimo para mergulhar na luz e esse equipamento chama-se paz interior. E vocês espíritas só não conseguem porque não vão atrás, não querem, fogem. O mundo tem muitos ensinamentos, o Cristo não deixou ninguém órfão, mas é preciso que vocês queiram.
Aqueles que buscarem, que quiserem, terão nosso amparo espiritual e conseguirão, porque nós sabemos, sim, como fazer. E o Cristo deseja que seja feito, basta que vocês busquem de verdade e nós conseguiremos, em nome do Cristo, levar vocês para esse mar de luz que está dentro de vocês, que se chama Deus.
Paz, do amigo espiritual de sempre.