Perdão das nossas faltas |
Livro dos Espíritos
Terceira parte – As leis morais
Capítulo II – Lei de adoração
Item – Sacrifícios
Questão 670
670. Será que os sacrifícios humanos, efetuados com uma intenção piedosa, puderam, alguma vez, ter sido agradáveis a Deus?
“Não, nunca; Deus, porém, julga a intenção. Sendo os homens ignorantes, podiam acreditar que praticassem um ato louvá- vel, ao imolar um de seus semelhantes; neste caso, Deus se ligava apenas à ideia e não ao fato. Os homens, melhorando-se, deviam reconhecer seus erros e reprovar esses sacrifícios que não condiziam com o pensamento de espíritos esclarecidos; digo — esclarecidos, porque os espíritos achavam-se, então, envolvidos pelo véu material; mas, através do livre-arbítrio, podiam ter uma leve ideia de sua origem e de seu fim. Muitos já compreendiam, por intuição, o mal que praticavam, porém não deixavam de praticá-lo, para satisfazer suas paixões.”
Mensagem de encerramento
Queridos filhos, queridas filhas.
Que o Cristo nos envolva em seu amplo abraço protetor para que estejamos com o coração em paz, com a mente tranquila, a ponto de perceber a harmonia da Criação, o amor de Deus por cada um de nós e a possibilidade sempre renovada de começarmos uma vida superior em nós mesmos.
Acreditamos que o tema foi bem explorado, mas gostaríamos, sim, de adicionar algo mais específico em relação àqueles que conhecem o Espiritismo, vocês. Será que vocês serão desculpados por não buscarem amar verdadeiramente o Cristo, amando o próximo? Será que vocês podem dizer: “não sabia que o amor é a lei universal”? Será que vocês vão poder dizer: “não sabia que tinha que cometer um auto sacrifício em benefício de quem sofre mais, já que o Cristo se permitiu a crucificação para nos sensibilizar”? Observemos o seguinte: o Cristo permitiu ser sacrificado para sensibilizar os nossos corações para o bem. Não é esse o modelo que devemos seguir? Então que cada um se pergunte: que sacrifício tenho feito para sensibilizar os corações que estão ao meu redor, para o amor de Deus? É um sacrifício necessário.
Muitos fogem para viver suas paixões inferiores. “Ah, sacrifício? Besteira! Não tenho nada a ver com isso, coisa de espírito atrasado”. Não! Cristo foi crucificado! É um sacrifício para que seus discípulos entendam: vocês também têm quer viver o sacrifício que ajuda os teus irmãos a aprender a amar a Deus. Entende, filho? Porque o ser atrasado e perverso sacrifica os outros. O ser verdadeiro vive o sacrifício que vai levar a luz para os outros corações.
E essa é a pergunta que tenho aos espíritas: quanto sacrifício você de fato está cometendo para que a luz do Cristo nasça nos outros corações? Esta é tua missão, filho. Como está isso? Que esforços simples ou extremos você tem feito para que a luz do Cristo brote nos corações que te rodeiam, que convivem contigo, que te veem e observam, que sentem tuas vibrações? O quanto tem feito pelo Cristo, filho? Pelo Cristo que vive no coração de cada um que está em torno de ti?
Por isso dizemos que é preciso que cada um se auto questione, indague-se olhando no espelho: que sacrifícios tenho vivido para que a luz do Cristo surja nos corações que tenho acesso, que influencio, que partilho a jornada terrena? Fiquemos com essa reflexão porque um dia, na vida espiritual, a tua consciência te dará a resposta: “fizeste muito, sê feliz”; “acovardaste do testemunho, é preciso recomeçar tudo de novo”.
Portanto, podemos dizer que a tua felicidade está ligada diretamente a esta prática: o quanto está te sacrificando para que os que estão ao teu redor entendam em profundidade que existe um amor que cuida de todos nós, como fez o Cristo.
Que vocês fiquem em paz,
Do amigo espiritual de sempre.