Conversaremos sobre dois casos de mendigos que aprenderam a agir segundo a Lei de Deus. Um deles está registrado na Codificação com a análise de Allan Kardec. Outro assunto interessante é do dos pretos velhos, amigos espirituais que tanto amparam nossas atividades.
As lições de hoje devem calar fundo no coração de todos aqueles que sabem que a reencarnação é uma lei de Deus. Não é uma teoria morta, não é um ponto de vista, não é uma opinião. É lei do Pai e Criador de todos nós.
Aqueles que assim entendem, aprendem a curvarem as suas cabeças orgulhosas ante a grandeza e a inteligência de nosso Pai. Aqueles que assim entendem, jamais desprezam o mendigo, o leproso, o doente. Porque, muitas vezes, naqueles corpos em frangalhos, almas grandiosas habitam, seres de capacidade intelectual e moral transitam, purgando erros ou purificando ainda mais o próprio ser.
Não duvideis, muitas vezes, o mendigo da rua possui uma situação espiritual mais nobre que a vossa. Não apontai o vosso dedo a um espírito com um corpo deficiente, porque ninguém sabe se aquele não será o destino da sua próxima existência. Amigos, Deus é Pai, não há privilégios. Há amor e misericórdia em suas Leis e em sua Obra. Nunca julgueis a obra de nosso Pai pelo ângulo do preconceito, do medo ou da condenação. A reencarnação deve vos tornar dignos e deve vos fazer agir com dignidade em relação a todos os vossos irmãos.
Quem são os grandes da Terra? Quase sempre os miseráveis de nosso mundo. A quem a Jesus convoca? Aqueles que o podem entender. E muitas vezes, o exemplo de Emmanuel (Senador Públio Lêntulo, citado no programa) é o que ocorre em vosso mundo. Aqueles cegos pelos seus cargos e honrarias, no mundo do mando da política, no mundo da vaidade espírita, no mundo das disputas sociais. Esquecem o convite do Mestre.
Espíritas novos, entendei que reencarnareis no futuro na própria Terra. Por que não cultivar hoje uma sociedade mais elevada? Por que não reparar os vossos erros? Por que não construir a beleza que devereis colher na próxima encarnação? Não percais, amigos, o vosso tempo com tantas ilusões do mundo, quando já sabeis, que tendes uma missão a cumprir. Tendes vossos erros a expiar, tendes a verdadeira felicidade a conquistar. É o Cristo é que vos diz, há necessidade de nascer de novo.
Somos nós, os vossos amigos do espaço, que podemos estar próximos de vossos corações e vossas consciências, que vos alertamos: não há injustiça. Há a necessidade que o amor brote em vossos corações, e ante cada dor e cada miséria vivenciada, indagueis: o que devo aprender? Mas não com essa humildade falsa, fria e morta dos que se fazem coitados porque querem ser covardes. Não meus amigos! Indagai corajosamente, como fez o exemplo aqui citado. Enfrentai as dificuldades, assimilai as lições e caminhai. Não amordaceis os vossos bons sentimentos. Não fujais de vosso combate.
Coragem, jovens espíritas, coragem ante as provas do mundo, porque o Mestre vos ampara. Não foi apenas a ele, o mendigo corajoso e abnegado, que o Alto soprou em seus ouvidos a mensagem do Mestre. Não. Vós também sois filhos de Deus e se agis abnegadamente, vossos guias vos dirão muito mais, porque sois espíritas e não temereis. Porque tendes missões ligadas ao Consolador, por isso Deus permite que vos falem mais diretamente.
Szymel Slizgol é um espírito redimido, porque amou corajosamente, porque arrancou o alimento da própria boca – aqui sabemos da vida dele em detalhes – para entregar as crianças desnutridas. Porque tantas vezes dormiu com fome e com febre, porque alimentou os outros e esqueceu-se de si mesmo. Porque, tantas vezes, seus ossos doeram diante o inverno rude, porque a sua lareira não tinha fogo para que as crianças pudessem estar dormindo, confortavelmente.
É a lição desse amigo, mais um exemplo daqueles que querem amar e servir. Segui esses exemplos e afastai-vos corajosamente das ilusões da vaidade, das fugas do mundo, porque em um dia, amigos, tereis que, da vida verdadeira, olhar a tudo que fizeste, e queremos nós, que Deus permita, que não haja nada a ser recriminado, mas que brote em vosso coração e de vossos guias, a mesma alegria que brotou no coração desse amigo, que chorava emocionado ao chegar a nossa pátria, agradecendo a Deus por todos os segundos de sofrimento que aliviou de seus irmãos, pois esse é o sofrimento abençoado pelas leis eternas e divinas de nosso Pai.