Gostaria de agradecer esse diálogo e deixar o espaço para nosso encerramento.
Yvonne Pereira, na encarnação analisada, encerra um ciclo de erros imensos e terríveis; e inicia um ciclo maravilhoso de ascensão espiritual. Ela foi eleita por Bezerra como exemplo aos médiuns espíritas, porque não se trata de um espírito redimido, se trata de um espírito que pode representar, em grande parte, a realidade dos espíritas encarnados.
Espíritos endividados na área da sexualidade, espíritos endividados na área dos impulsos inferiores, provando, a todos os que queiram, que é possível educar-se verdadeiramente.
Por que se inicia tão cedo nos trabalhos da mediunidade, da psicografia e do socorro psicofônico aos sofredores? Para que os seus impulsos sexuais sejam sublimados, para que as suas angústias da carne sejam transmutadas e assim ela cura-se a si mesma, acolhendo os outros. E por que em reuniões específicas para os suicidas? Para que os seus impulsos suicidas sejam transformados em impulsos de amor à vida.
Aos espíritas, é necessária a reflexão sobre a vida dessa verdadeira heroína, não por ser espírito redimido, repito, mas por ser espírito que se dispôs a aceitar as provas da própria redenção.
Avaliemos amigos, portanto, que a necessidade do espírito deverá, obrigatoriamente, estar ligada à necessidade do trabalho. Quantos filhos e filhas de espíritas, sexualmente desequilibrados, poderiam receber educação sublime de seus guias, se se dedicassem verdadeiramente às práticas mediúnicas socorristas? Porque apenas socorrendo aos mais necessitados o excesso de energia sexual pode ser canalizado a reestruturação de períspiritos em verdadeiras cirurgias psíquicas. Porque apenas atendendo aos mais sofredores, o excesso de energias acumuladas, por uma mente secularmente desequilibrada, pode ser reajustado. Porque os espíritas recusaram-se a entender, hoje, vemos o suicídio de muitos filhos de trabalhadores espíritas. Porque quiseram proteger seus filhos do trabalho redentor. Porque tiveram medo de confiar nos seus guias espirituais e encaminhar seus filhos para as tarefas socorristas, nas quais eles seriam os verdadeiros beneficiados.
Podemos afirmar, sem medo de erro, que se os pais, os orientadores adultos de Yvonne do Amaral Pereira, tivessem tolhido-a de suas vivências mediúnicas, o seu destino seria a loucura ou o suicídio ou ambos. Porque não teria terapêutica adequada, em profundidade, para lhe dar suporte para atravessar uma existência de profundos testemunhos em que seus erros pudessem ser transformados em acertos.
Podemos ter em mente: esse espírito abnegado, não superior, como modelo real para as vossas existências, para vós que ainda lutais contra os desequilíbrios da sexualidade, para vós que ainda lutais contra o desânimo e a depressão profunda. Trabalhai meus amigos, trabalhai! Porque no dia que esta amiga chegou ao nosso plano, tivemos uma imensa exibição de sua vida em detalhe, apresentada pelos mesmos suicidas que ela socorreu. Eles diziam do fundo de suas almas: nós agora teremos coragem, porque você foi capaz e o Espiritismo é capaz de nos sustentar em uma encarnação provacional e por isto mergulharemos na carne.
É necessário saber, porque muitos dos que nos ouvem, viverão isto. Entendam. Trabalho não pontual, trabalho abnegado, meus irmãos. Não trabalho de um fim de semana, mas trabalho de uma semana sem fim. Para que possais com as vossas dores, estardes preparados para receber o Cristo em vossos corações.
Com alegria, vos damos esta mensagem que assustará alguns, mas que poderá ser o estímulo da redenção de milhares, porque é assim que o Cristo deseja. Abri os corações, vivendo a dor, para que dali a luz cure a todos nós.
Muita paz do vosso irmão e amigo,
Cairbar de Souza Schutel.