Três sábios de Ermance Dufaux em 18/03/2013
Três Sábios Árabes de Ermance Dufaux
Um velho árabe vivia sozinho a pensar na razão da vida e do sofrimento… Sua tenda era bela, possuía camelos que tratava com carinho de um pai, dono de vastas terras sonhava com uma maneira de distribuí-las com aqueles que eram seus empregados nos diversos ofícios que mantinha em suas oficinas. Às vezes empolgava-lhe o pensamento a ideia de distribuir tudo o que tinha repartindo com todos os servos de sua casa; outras pensava em partilhar seus bens com todos os empregados de suas oficinas e fazendas… Pensava, às vezes, em doar sua fortuna a quem garantisse o emprego de todos que tinham trabalhado honestamente para ele. Cansava e não sabia exatamente o que fazer. Filho não tinha. Teve, mas foram antes dele para a grande viagem. A esposa nunca ligara para negócios, cuidava dele, viviam felizes. A quem destinar tamanha fortuna? Sabia que para alguns seria uma verdadeira desgraça, para outros seria o estímulo a preguiça. Quem cuidaria de tudo em sua ausência física? Para os olhos cegos do mundo, a riqueza é fonte de prazeres e delícias. Sabia ele, que as ilusões cobram preço alto e semeiam desgraças irrecuperáveis em apenas uma vida…
Um velho árabe pensava sobre o destino de sua vasta biblioteca… Como fora árdua a busca por seus preciosos livros que continham a sabedoria das mais elevadas filosofias do mundo, que continham os saberes das ciências, da cura de milhares de doenças e das maneiras de como viver em paz consigo e com o mundo. Quem teria o zelo necessário por essa fonte tão abundante de saber? Quem valorizaria aqueles arquivos da sabedoria humana acumulada com tantos sacrifícios ao longo dos milênios? Quem… Para muitos, a vasta biblioteca era apenas um depósito de papeis a serem usado para fazer fogo nas noites frias, para outros livros eram simplesmente objetos que nada valiam e que muito trabalho davam para serem mantidos… Alguns diziam que era simplesmente desperdício de tempo preocupar-se com tanta coisa que nada valia…
Um velho árabe observava o pôr do sol e indagava silenciosamente a sabedoria divina – terei eu realizado a Vontade do altíssimo em minha tão limitada vida? E uma certeza serena invadiu seu coração ao lembrar-se de uma velha e sofrida senhora que há muitos anos buscou ajuda em sua casa humilde… Ele não possuía dinheiro para ajudá-la, nem conhecia as ciências da cura, mas acolheu-a com um sorriso, dividiu com ela o prato de comida e a noite quando a febre invadiu o corpo cansado de velha senhora ele com a mão em sua testa orou ao Pai de todos para que Ele a confortasse e a curasse se isto fosse o melhor para ela. No dia seguinte, como nada tinha, deu- lhe água antes que ela partisse refeita… Aquela lembrança espontânea o fez sentir que a sabedoria do mundo nada vale e muito pesa se não for posta em ação a favor dos que mais sofrem e que a riqueza é responsabilidade elevada que confunde os mais preparados e que um copo de água e uma prece podem ser os mais poderoso recurso para o alívio da dor, da tristeza e da solidão, tornando a alma predisposta a tudo enfrentar e conseguir por si mesma.
Um dia de abril, três velhos árabes se encontraram em um templo no mundo espiritual. Um deles trazia a sabedoria da administração, outro conhecia muitas coisas e o terceiro possuía uma luz tão poderosa que era capaz de a todos organizar, a tudo entender e de comunicar-se com coração de todos os seres… Porque tinha conquistado o Amor… Utilizando-se de copos de água e da prece…
Ermance Dufaux
Psicografia em 18/03/2013

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