Encontro 5 – Rejeição Social e Cristianismo

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Encontro 5 – Rejeição Social e Cristianismo

Resumo

Estudamos o papel de rejeição social em nossas vidas e como aprender a lidar com ela segundo o exemplo do Cristo ao lidar com um dos maiores preconceitos de sua época, a rejeição do leproso.


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Imagens

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Pintura: Cristo Cura um Leproso 

Do francês Eustache le Sueur (1617-1655) que dedicou sua vida a pinturas com temas religiosos em estilo Barroco.

Fontes:   https://goo.gl/IcoFwH
Fontes:   https://goo.gl/aJHR7C

 


Música

Música:  Tubwayhun L’bwileh – Bem Aventurados os que sofrem.

 


Música do tempo de Jesus eda Jerusalém do segundo templo. Reproduções com os instrumentos da época, cantadas em Aramaico em Hebreu com a pronúncia da época do Cristo.

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 Fonte: http://www.singers.com/group/San-Antonio-Vocal-Arts-Ensemble/

Fonte:   https://g.co/kgs/LGbYDm

 


Texto

Encontro 5 – Rejeição Social e Cristianismo

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Rejeição social é quando os outros não gostam de nós. Se não todos, a parte da sociedade que para nós é importante. A rejeição social existe em vários graus, todos já nos sentimos rejeitados socialmente e isso pode gerar em nós uma profunda angústia, medo.

Não ser aceito é um dos medos mais profundos que carregamos em nossos corações há milênios. Desde nossa época tribal até os dias atuais, em que utilizamos uma avançada tecnologia, o temor íntimo persiste: nos apavoramos com a ideia de não sermos aceitos, de não sermos aprovados pelo grupo que estamos ligados, mesmo que não gostemos dele. Por que esse comportamento?

Por causa de nossa memória antiga. Em sociedade mais antigas, nos últimos 30 mil anos, quando éramos isolados do grupo, morríamos. A pior condenação era ser banido da sociedade. Quase sempre era a morte física, sempre era a solidão profunda, o experimentar o abandono total. Por isso, é normal que nosso primeiro impulso seja querer ser aceito, fazer parte de um ou de alguns grupos. Mas também, isso pode ser um problema, quando a cultura do grupo que optamos fazer parte nos afasta de nossa essência, de Deus. É um conflito doloroso: agradar ao grupo ou atender as nossas necessidades mais profundas?

 

São extremamente variados os efeitos da ação fluídica sobre os doentes, de acordo com as circunstâncias. Algumas vezes é lenta e reclama tratamento prolongado, como no magnetismo ordinário; outras vezes é rápida, como uma corrente elétrica. Há pessoas dotadas de tal poder, que operam curas instantâneas em alguns, por meio apenas da  imposição das mãos, ou exclusivamente por ato da vontade (…)  Todas as curas desse gênero são variedades do magnetismo…

A Gênese de Allan Kardec capítulo XIV, item Curas. 

 

Todos nós viveremos esse conflito dezenas de vezes ao longo de uma vida, quando buscamos a verdadeira espiritualização. Mas, um dia estaremos integrados com os grupos mais elevados da Vida, que se mantêm em troca continuada e direta com Deus, seremos plenos. Quanto mais elevado um grupo, mais tolerante, mais flexível, mais misericordioso. Quanto mais impositivo, mais autoritário, mais preocupado com valores externos, mais atrasado o grupo é. Consequentemente, mais infeliz. Compare o grupo dos apóstolos e uma gangue atual. São dois grupos formados por filhos de Deus com graus evolutivos diferentes.

Viver a solidão quando se busca valores superiores é um desafio natural da vida, como representa Harry Potter ao deixar a casa dos tios, que era sua família, para estudar em uma maravilhosa escola de magia. Às vezes, nos distanciamos de um grupo que não satisfaz mais nossa necessidade espiritual, às vezes o grupo nos expulsa. Seja como for, podemos sempre crescer muito com essas experiências. Após a solidão vivida com consciência, um grupo melhor nos acolherá.

Uma dos valores mais importante para o povo hebreu, o povo em que Jesus nasceu, era o da pureza. A ideia da pureza organizava toda a vida dos hebreus da época. Tudo era classificado entre pureza e impureza. A pureza buscada, a impureza reprimida. E isso era algo extremo. Havia animais puros e impuros, havia forma de se alimentar pura e impura; havia condutas puras impuras… E muitas coisas tornavam uma pessoa temporariamente impura como, por exemplo, a menstruação. Estar impuro era pior do que hoje ser pobre em um grupo de ricos, ser analfabeto em um grupo de “doutores”, andar mal vestido em grupos que supervalorizam a aparência. Era muito pior.

A lepra era o sinal mais forte e permanente de impureza. Não falo apenas da impureza do corpo, a lepra era considerada um sinal de podridão da alma. Era um sinal de condenação divina que ninguém poderia desfazer. Por causa desta interpretação infeliz, os religiosos rejeitavam os leprosos, porque, segundo eles, Deus já os havia condenado. O leproso era afastado, considerado morto, proibido de viver nas cidades e de se aproximar de qualquer pessoa não-leprosa. Não era fácil ser leproso nessa época, solidão, abandono, vergonha. Quem viveu essa experiência sabe. Quem viveu e lembra.

Essa condenação, na época do Cristo, já existia há milênios e era algo profundamente estabelecido no povo hebreu, algo inquestionável. Veja o registo em um dos livro do Antigo Testamento, no livro chamado Levítico, no capítulo 13, versículos 44, 45 e 46.

 

Leproso é aquele homem; imundo está; o sacerdote o declarará totalmente imundo; na sua cabeça tem a sua praga.

Também as vestes do leproso, em quem está a praga, serão rasgados, e a sua cabeça será descoberta; e cobrirá o lábio superior e clamará: Imundo, imundo.

Todos os dias em que a praga estiver nele, será imundo;  imundo está, habitará só; a sua habitação será fora do dos muros da cidade.

 

Forte, não é? Lepra significava condenação divina. Lepra é uma experiência extrema de exclusão. Condenação social, religiosa, divina. Agora, a pergunta central: como Jesus lida com a lepra e com os leprosos? O que desejava ele ensinar para os leprosos e para todos nós? Veja a cena que está no Evangelho de Lucas (5:12 a 14).

 

 E aconteceu que, enquanto ele estava em uma das cidades, eis que um homem cheio de lepra, ao ver a Jesus, prosternando-se, rogou-lhe, dizendo: Senhor, se quiseres, podes purificar-me. 

O homem com lepra por todo o corpo, pede a Jesus: purifica-me. Purificar, porque ele se considerava impuro, o que, como já vimos, é muito pior que simplesmente estar doente.

Estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, seja purificado! 

Jesus o toca, o que já seria motivo de escândalo. Mais ainda, diz que quer que ele seja purificado. Para os sacerdotes, é inaceitável! Como pode alguém ousar curar uma condenação divina?! Como pode Jesus querer tirar alguém do inferno da lepra,  quando a pessoa foi colocada lá por Deus! Assim, pensam os sacerdotes da época: esse jovem é um louco! Mas, o que aconteceu? Veja.

 

E imediatamente a lepra afastou-se dele. 

E isso gera um imenso problema para os preconceitos da época! Além da atitude ousada e inaceitável de Jesus, a cura acontece! Por isso, nesse momento, chegamos ao limite da compreensão humana da época. Há milênios todos sabiam que a lepra era uma condenação divina… E todas as sábias autoridades repetiam isso constantemente.

Como assim?! Diria você se visse essa cena! Imagina assistir essa cena. Cenas que causaram profunda comoção em toda a sociedade. Uma cena que os olhos viam, que o coração amava e que o cérebro não consegue entender. Como um jovem pode reverter uma condenação divina?! Como pode ele incluir quem, diziam os sacerdotes, Deus tinha excluído?!

Imagine seu pai ou mãe, namorado ou namorada leprosa… E curada instantaneamente por Jesus. Respira fundo para continuarmos. Imagine você com lepra em todo o corpo, feridas, dor, exclusão, mal cheiro, abandono de todos. Você perdeu tudo, material e socialmente, tudo está perdido. Jesus estende a mão e diz: Sim, Eu Quero! E você é instantaneamente curado. Que mensagem é essa? Escuta com carinho: Nada pode ser considerado tão impuro para o Amor de Deus. Nada há que não possa ser restaurado por Jesus. Nada é excluído do amor de Deus e Jesus inclui o que a sociedade tentou excluir. A Criação é única, nada fica fora. Nem eu, nem você, nem ninguém.

Jesus é o Enviado de Deus que nos recoloca nos grupos. Ele é o responsável máximo pela nossa ascensão espiritual. Mesmo voltando a viver ainda que com o mesmo povo, o leproso que aprendeu com sua experiência de isolamento nunca mais será o mesmo.  A reintegração promovida por Jesus é uma reintegração superior. Por isso ele disse, não vim trazer a paz, mas a espada, quer dizer, não venho estabelecer ou manter a ordem inferior do grupo humano atual, venho renovar! Venho causar uma desintegração, para reordenar a estrutura emocional dos espíritos e dos grupos da Terra. Para que Jesus possa fazer isso conosco é indispensável entendermos que o Mestre nos ama e aceita como somos, independente de qualquer tipo de lepra de carregamos, independente de todos os preconceitos de nossa sociedade. É necessário apenas que busquemos seu amparo. Não há exigências descabidas, nada ele exige do leproso que o busca com fé. Assim se expressa um amigo espiritual sobre o simbolismo da cura da lepra pelo Cristo,

 

É o símbolo de que os piores condenados possuem regeneração… Esse é o resgate da lepra: não é apenas a cura de uma doença física terrível. Não se restringe ao restabelecimento maravilhoso das energias do corpo, mas é o resgate da própria dignidade espiritual do indivíduo perante os olhos de todos. Porque aos olhos da sociedade da época do Cristo, a lepra não era uma indignidade física era, acima de tudo, a prova de uma condenação divina irrevogável. A mensagem é: Deus resgata todos os seus filhos por meio de Jesus de Nazaré.

Para os religiosos, era o escândalo inaceitável, a reversão da vontade do Todo Poderoso. Para o povo, a prova mais profunda da misericórdia do Pai. Para mim, a certeza de que independente de meus erros, defeitos e situação social, o Mestre sempre me resgatará, sempre me incluirá em uma situação superior, desde que eu peça com fé: Senhor, se quiseres, podes me integrar com o Pai. A mim, não interessa a sua lepra, interessa-me que você vai ser curado, segundo a tua vontade.

Você quer que o Cristo te resgate de tuas dores e medos? Ele pode integrar tua mente, se ela estiver confusa; ele pode purificar teus sentimentos; ele pode acalmar teu coração. Penso que a cura do leproso tem essa mensagem, se eu ou você pedirmos com fé, Ele nos tocará e nos dará o que pedirmos com sinceridade. Nossas lepras emocionais são problemas de fácil solução para Aquele que é o Enviado de Deus ao mundo, se quisermos fazer a nossa parte.

 

Exercício emocional

 

1. Acalme o corpo, respirando lentamente o tempo que for necessário.

Examine seu corpo, percebendo suas sensações. Observando em que partes há tensão, incômodo e em que partes você sente bem-estar.

 

2. Continue respirando com calma e com os olhos fechados. Se possível, tenha uma música de fundo.

Identifique em sua memória uma experiência em que você não agiu como sentia ser o correto por medo de ser criticado. Observe sem condenação essa cena.

 

3. Construa um cenário.

Recrie a cena que você viu. Faça uma encenação usando objetos que representam as pessoas envolvidas. Monte um “cenário”de forma criativa. Reviva a cena, agindo de uma forma melhor, sentindo-se inspirado pelo Cristo, sem temer a opinião de ninguém.

Prática Emocional

 1. Observe alguém que cometeu algo errado;

2. Busque entender os motivos do erro desta pessoa;

3. Encontre uma forma de auxiliá-la, seja conversando, seja contando a sua história, seja com uma prece.

 Mensagem de Encerramento

Que a paz do Cristo toque os vossos corações, vos ensinando a amar e a sofrer em nome de Jesus de Nazaré.

A maior doença da humanidade é a insensibilidade. Não conseguiremos entender o Evangelho, a não ser com o desenvolvimento de nossa própria sensibilidade.

Uma sensibilidade profunda, sutil e sofisticada é um pré-requisito para começarmos a acolher em nós as claridades do Cristo. De nada valem as pompas do mundo, de nada vale a inteligência brilhante se ela não é capaz de, pelo menos, sentir sutilmente a presença meiga e doce do amor de Deus, representada neste mundo por Jesus de Nazaré.

Confiemos sempre; confiemos sempre no Amor para que a luz de Deus nos ilumine em cada instante de nossas vidas.

Muita paz, do vosso irmão e amigo,

Cairbar de Souza Schutel.

 

 

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