Encontro 9 – Rejeição da Luz e Cristianismo


Baixar Áudio opção 1                                                Baixar Áudio opção 2


 

Encontro 9 – Rejeição da Luz e Cristianismo

Resumo

Vamos relatar nesse texto o acontecimento mais doloroso da história do planeta. Falo da rejeição coletiva que o mundo, nós, os habitantes da Terra, realizamos em relação a Jesus de Nazaré. Não apenas pela dor que causamos nesse coração que doou-se a cada um de nós, mas, também, pela maldade expressada por nosso coração, pois a maldade é a negação da misericórdia, é não querer viver em função do Amor, da fraternidade universal.


Participe

Contamos com sua colaboração para aperfeiçoar e divulgar nosso trabalho! 

Vídeo 

Jesus de Nazaré (1977)  de Franco Zeffirelli


Imagens

hadoismilanos

Há Dois Mil Anos, um dos mais importantes romances psicografados na história, este livro traz informações essenciais para o estudo da origem do Cristianismo no mundo.


Música 

Abwoon –

Pai Nosso cantado em Aramaico da época de Jesus.


Música do tempo de Jesus e da Jerusalém do segundo templo. Reproduções com os instrumentos da época, cantadas em Aramaico e Hebreu com a pronúncia da época do Cristo.

savae

Fonte: http://www.singers.com/group/San-Antonio-Vocal-Arts-Ensemble/

Site do grupo:  https://g.co/kgs/LGbYDm


Texto

Encontro 9 – Rejeição da Luz e Cristianismo

Baixe o Texto em PDF

Vamos relatar nesse texto o acontecimento mais doloroso da história do planeta. Falo da rejeição coletiva que o mundo, nós, os habitantes da Terra, realizamos em relação a Jesus de Nazaré. Não apenas pela dor que causamos nesse coração que doou-se a cada um de nós, mas, também, pela maldade expressada por nosso coração, pois a maldade é a negação da misericórdia, é não querer viver em função do Amor, da fraternidade universal.

A condenação do Cristo, infelizmente, foi uma decisão democrática da Terra. Optamos por não permitir que a Luz caminhasse entre nós, nos curando e nos elevando. É um tema denso e difícil que precisamos abordar. Como e por que Jesus  foi crucificado com o apoio do povo?

Estudaremos esse tema a partir de um relato de quem participou das decisões da crucificação, de alguém que acompanhou de perto o desenrolar dos fatos. O  respeitável espírito de Emmanuel nos apresenta um relato lúcido e verdadeiro da prisão e da condenação de Jesus, esse testemunho corajoso será a fonte de nossas reflexões.

O que caracteriza os Espíritos atrasados é, em primeiro lugar, a revolta contra Deus, pelo se negarem a reconhecer qualquer poder superior aos poderes humanos; a propensão instintiva para as paixões degradantes, pelos sentimentos antifraternos de egoísmo, de orgulho, de inveja, de ciúme; enfim, o apego a tudo o que é material: a sensualidade, a cupidez, a avareza.

A Gênese, de Allan Kardec, capítulo XVIII.

Era tão evidente que isso era mentira que as acusações eram falsas quezilados não queria condená-lo. Reuniu um grupo de pessoas importantes para ajudá-lo a agir. Por que Pilatos simplesmente não mandou soltar Jesus? Porque a multidão exigia que ele fosse crucificado! O senador Romano Públio Lentulos (Emmanuel) fazia parte do grupo de autoridades que Pilatos pedia orientação. Eis a posição do senador.

Eu, francamente, não lhe vejo culpa alguma, senão a de ardente visionário de coisas que não posso ou não sei compreender, surpreendendo-me amargamente o seu penoso estado de pobreza.

Nesse instante, os soldados avisam a Pilatos que o povo ameaça invadir o palácio, caso Jesus não seja condenado. Pilatos relata um sonho que sua esposa tivera advertindo-o que não deveriam julgar Jesus. O senador, que mais uma vez dera testemunho, afirmando que Jesus a ninguém prejudicava, sugere que ele envie o caso a Herodes, que era também uma autoridade com competência de julgar e por ser ele judeu teria mais segurança no julgamento.

Herodes porém tratou com desprezo a ideia de julgar Jesus, mandou colocar nele uma coroa de espinho, uma vara imunda como se fosse um cetro e um pano como se fosse a capa de um rei e devolvê-lo a Pilatos. Durante a ida e vinda de Jesus ao palácio de Herodes, o Mestre teve que ser protegido por soldados romanos para que o povo não o atacasse.

Ao saber que Herodes ridiculizara o julgamento do Cristo, Pilatos afirma que sabe ser Jesus um justo. O conselho reunido ouve os gritos ameaçadores do povo, exigindo a crucificação de Jesus. Ninguém sabe o que fazer.

Entra um ajudante de Pilatos e diz.

– Senhor a massa ameaça invadir o palácio se não confirmares a condenação de Jesus.

– O que diz o Profeta? Indaga Pilatos

– Senhor — replicou Polibius igualmente impressionado —, o prisioneiro é extraordinário na serenidade e na resignação. Deixa-se conduzir pelos algozes com a docilidade de um cordeiro e nada reclama, nem mesmo o supremo abandono em que o deixaram quase todos os diletos discípulos da sua doutrina! “Comovido com os seus padecimentos, fui falar-lhe pessoalmente e, inquirindo-o sobre os seus martírios, afirmou que poderia invocar as legiões de seus anjos e pulverizar toda a Jerusalém dentro de um minuto, mas que isso não estava nos desígnios divinos, e sim a sua humilhação infamante, para que se cumprissem as determinações das escrituras. Fiz-lhe ver, então, que poderia recorrer à vossa magnanimidade, a fim de se ordenar um processo dentro de nossos dispositivos judiciários, de maneira a comprovar sua inocência e, todavia, recusou semelhante recurso, alegando que prescinde de toda proteção política dos homens, para confiar tão somente numa justiça que diz ser a de seu Pai que está nos céus!” 

— Homem extraordinário!… — revidava Pilatos, enquanto os presentes o acompanhavam estupefatos.

Dirigindo-se a Polibius, indaga Pilatos o que eles poderiam fazer. Ante essa situação, buscando um mal menor, Polibus sugere a pena dos açoites como uma forma de acalmar a multidão e evitar a condenação a morte. Jesus foi açoitado em praça pública.

Aplicado o suplício, Polibius retorna a Pilatos afirmando que infelizmente o povo continuava a exigir a morte de Jesus.

Penosamente surpreendido, exclamou o senador, dirigindo-se a Pilatos com intimidade: 

— Não tendes, porventura, algum prisioneiro com processo consumado, que possa substituir o Profeta em tão horrorosas penas? As massas possuem alma caprichosa e versátil e é bem possível que a de hoje se satisfaça com a crucificação de algum criminoso, em lugar desse homem, que pode ser um mago ou visionário, mas é um coração caridoso e justo.

 O governador da Judeia concentrou-se por momentos, recorrendo à memória, com o fim de encontrar a desejada solução. Lembrou-se então de Barrabás, personalidade temível, que se encontrava no cárcere aguardando a última pena, conhecido e odiado de todos pelo seu comprovado espírito de perversidade, respondendo afinal: 

— Muito bem!… Temos aqui um celerado, no cárcere, para alívio de todos, e que poderia, com efeito, substituir o Profeta na morte infamante!… 

E mandando fazer o possível silêncio, de uma das eminências do edifício, ordenou que o povo escolhesse entre o bandido e Jesus. 

Com grande surpresa de todos os presentes, a multidão bradava com sinistro alarido, numa torrente de impropérios: 

— Jesus!… Jesus!… Absolvemos Barrabás!… Condenamos a Jesus!…

Esse é o relato de quem viveu, na tarde infeliz do calvário, o processo da crucificação do Cristo. Assim agimos, nós, o povo da Terra.

Por quê? Porque crucificamos Jesus todas as vezes que esquecemos a Lei do Amor. A verdadeira luz incomoda quem não está, pelo menos, disposto a prender a seguir a Lei do Amor. O carinho sincero, a abnegação verdadeira com que Jesus nos trata dói, porque não aceitamos que devemos ser amados. Se o Cristo reencarnasse hoje, certamente, muitos dos que o louvam com os lábios, muito se incomodariam. Como saber se estamos entre eles? Aceitamos e apoiamos pessoas que são verdadeiramente abnegadas ou as elegiamos superficialmente ou as criticamos de loucas e exageradas? Temos postura de colaboração sincera e objetiva ou de adoração falsa em relação aqueles que vemos como modelo? Em nossa relação com médiuns e espíritos evoluídos buscamos vantagens pessoais ou buscamos colaborar para ampliar a mensagem de Jesus?

A multidão que condenou o Cristo foi a mesma que dele recebeu inúmeras vantagens, infelizmente, ela queria apenas as vantagens materiais e sociais. Recusaram a maior de todas as vantagens, a ascensão espiritual, porque isso as incomodava. Isso exigiria renúncia de vícios e de conforto. Ainda hoje, muitos de nós têm essa infeliz atitude, queremos o Cristo para nossa vantagem e desejamos sua humilhação quando ele nos propõe crescer espiritualmente por meio da abnegação.

Como, mais uma vez, não trair o Cristo? É uma pergunta que sempre me faço. A melhor resposta que tenho é do próprio Mestre, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo VI, O Cristo Consolador.

O devotamento e a abnegação são uma prece contínua e encerram profundo ensinamento: a sabedoria humana reside nessas duas palavras. 

Devoção é uma ação orientada pelo sentimento divino. Se as massas tivessem agido diariamente, após encontrar com o Cristo, com sentimento divino, não teriam se tornado agressivas em relação ao Amor e a Misericórdia, pois a proposta do Cristo em todos os seus atos foi a de tornar sagrada a vida em todos os seus momentos.

Abnegação é o desprendimento dos próprios interesses. Sabia Pilatos da injustiça que estava comentendo, mas, ser justo, naquela ocasião, exigia abnegação, pois o povo ameaçava prejudicar seus interesses de autoridade criando desordem. Por isso, acredito que se cultivarmos a religiosidade em nosso dia a dia, agindo com a fraternidade que aceita que todos somos divinos, filhos de Deus e se tivermos dispostos em sacrificar nosso interesses pelas causas mais elevadas, não mais crucificaremos nosso Mestre.

Exercício emocional

1. Acalme o corpo, respirando lentamente o tempo que for necessário.

Pergunte-se com gentileza e com a disposição sincera de se acolher: que sentimento anti-fraterno alimento? Qual o sentimento contrário ao amor divino mais alimento?

2. Continue respirando com calma

 Observe, sem condenar-se, as consequências deste sentimento em sua vida.

3. Continue respirando calmamente

Apresente esse sentimento ao Cristo e peça com honestidade para que ele te ajude a aceitar-se e  transformar-se.

Prática Emocional 

Realize uma ação que será reparadora em relação aos efeitos negativos do sentimento que você pediu amparo do Cristo para transformar.

Mensagem de Encerramento

 Paz e alegria em vossos corações!

Rejeitamos o Cristo, nós, Humanidade inferior. Amemos o Cristo hoje, porque amar o Cristo significa, na prática, caminhar. Caminhar para Deus.

Tive a oportunidade de reconhecer a Grande Estrela no início de sua missão no mundo. Ainda assim, lutei com terríveis paixões em meu coração que queriam sufocar a paixão divina que Ele inspira a todos nós. Venci, amparado por sua misericórdia por seu amor, e digo a todos vocês: não há privilégios para o Cordeiro de Deus. Basta querer, basta pedir, basta buscar e o Mestre saberá, sem nenhuma sombra de dúvidas, encaminhar os vossos corações doloridos ao regaço do Nosso Pai.

Deus é Amor, e o Cristo é o homem-luz que representa Deus para todos nós neste mundo. O Pai não nos daria um exemplo infeliz, o Mestre é digno deste nome. Portanto, irmãos e amigos, não nos esqueçamos, não há nenhuma paixão inferior que possa nos distanciar dessa fonte doce do amor eterno. Rejeitamos  a luz, e hoje  é necessário tomar mais uma vez a decisão. O que fará a Terra? O que farão os movimentos e os líderes religiosos? O que fará você, meu irmão e meu amigo, em relação ao Cristo que quer desabrochar em teu coração? Bem o sei, é um diálogo oculto e secreto, mas nós que aqui estamos vemos a vossa sinceridade ou a vossa acomodação ao mundo material.

Meus irmãos, o Cristo quer renascer em vossos  corações. Ele tem poder poder de influenciar cada espírito da Terra, desde que esse espirito permita, desde que esse espírito busque remendar-se, busque transmutar-se,  busque melhorar-se suplicando o apoio desse Mestre. E quando falo de súplica; porque a súplica é um ato, não de bajulação tola, a súplica sincera é um ato de abrir o coração, de dizer: Senhor, eu preciso de ti; Mestre, eu me afundo em paixões infelizes, estende tua mão, bela e poderosa, porque tu podes me retirar de qualquer lamaçal em que eu esteja envolvido.

Irmãos, não façamos de novo. Não repitamos a negação do Mestre, porque, se na primeira rejeição o Mestre foi banido do mundo, é preciso que eu diga isso, irmãos, por amor a vocês e ao Mestre: desta vez, aqueles que rejeitarem a luz serão os banidos da Terra. Porque, se há dois mil anos, disse o Nosso Mestre com sua lucidez ímpar: Meu Reino ainda não é deste mundo, eu vos asseguro, queridos amigos, o reino  de Nosso Mestre será implantado neste mundo, agora, e aqueles que não mais quiserem viver com a luz próximas de si, não poderão crucificá-lo. Estes serão retirados, porque a misericórdia entende, para os corações mais rebeldes, necessário é provas duríssimas. Mas cada um de vós que me escuta tendes a chance, tendes a oportunidade, não desperdiçai novamente. Dizei, do fundo de vossas almas: Mestre, ensina-me a te amar e ele socorrerá aos corações mais necessitados, porque o Seu amor não exige. O amor de nosso mestre apenas aguarda o vosso convite.

Muita paz em Cristo, o vosso irmão e amigo, Cairbar de Souza Schutel.


Baixe o Texto em PDF


Contamos com sua colaboração para aperfeiçoar e divulgar nosso trabalho!