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Capítulo 25
CASTRO ALVES
Marchemos!
POETA baiano, desencarnou a 6 de julho de 1871, com 24 anos de idade. Mocidade radiosa, o autor consagrado de Espumas Flutuantes exerceu nas rodas literárias do seu tempo a mais justa e calorosa das projeções. Nesta poesia sente-se o crepitar da lira que modulou — O Livro e a América.
Marchemos!
Há mistérios peregrinos
No mistério dos destinos
Que nos mandam renascer:
Da luz do Criador nascemos,
Múltiplas vidas vivemos,
Para à mesma luz volver.
Livro dos Espíritos
166. Como a alma, que não atingiu a perfeição durante a vida corporal, pode terminar de depurar-se?
“Experimentando a prova de uma nova existência.”
Buscamos na Humanidade
As verdades da Verdade,
Sedentos de paz e amor;
E em meio dos mortos-vivos
Somos míseros cativos
Da iniqüidade e da dor.
É a luta eterna e bendita,
Em que o Espírito se agita
Na trama da evolução;
Oficina onde a alma presa
Forja a luz, forja a grandeza
Da sublime perfeição.
Livro dos Espíritos
a) Como a alma realiza essa nova existência? Será por sua
transformação como espírito?
“A alma, depurando-se, experimenta, certamente, uma transformação,
mas, para isso, é-lhe necessária a prova da vida corporal.”
b) Então, a alma tem várias existências corporais?
“Sim, todos temos várias existências. Os que dizem o contrário querem vos manter na ignorância em que eles próprios se encontram; este é o desejo deles.”
c) Parece resultar deste princípio que a alma, depois de ter deixado um corpo, toma um outro; ou, melhor dizendo, que ela reencarna num novo corpo; é assim que se deve entender?
“É evidente.”
É a gota dágua caindo
No arbusto que vai subindo,
Pleno de seiva e verdor;
O fragmento do estrume,
Que se transforma em perfume
Na corola de uma flor.
A flor que, terna, expirando,
Cai ao solo fecundando
O chão duro que produz,
Deixando um aroma leve
Na aragem que passa breve,
Nas madrugadas de luz.
É a rija bigorna, o malho,
Pelas fainas do trabalho,
A enxada fazendo o pão;
O escopro dos escultores
Transformando a pedra em flores,
Em Carraras de eleição.
É a dor que através dos anos,
Dos algozes, dos tiranos,
Anjos puríssimos faz,
Transmutando os Neros rudes
Em arautos de virtudes,
Em mensageiros de paz.
Tudo evolui, tudo sonha
Na imortal ânsia risonha
De mais subir, mais galgar;
A vida é luz, esplendor,
Deus somente é o seu amor,
O Universo é o seu altar.
Livro dos Espíritos
167. Qual é o objetivo da reencarnação?
“Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade; sem isto, onde estaria a justiça?”
168. O número das existências corporais é limitado, ou o espírito
reencarna perpetuamente?
“A cada nova existência, o espírito dá um passo no caminho do progresso; quando se despoja de todas as suas impurezas, não tem mais necessidade das provas da vida corporal.”
Na Terra, às vezes se acendem
Radiosos faróis que esplendem
Dentro das trevas mortais;
Suas rútilas passagens
Deixam fulgores, imagens,
Em reflexos perenais.
É o sofrimento do Cristo,
Portentoso, jamais visto,
No sacrifício da cruz,
Sintetizando a piedade,
E cujo amor à Verdade
Nenhuma pena traduz.
É Sócrates e a cicuta,
É César trazendo a luta,
Tirânico e lutador;
É Cellini com sua arte,
Ou o sabre de Bonaparte,
O grande conquistador.
É Anchieta dominando,
A ensinar catequizando
O selvagem infeliz;
É a lição da humildade,
De extremosa caridade
Do pobrezinho de Assis.
Oh! bendito quem ensina,
Quem luta, quem ilumina,
Quem o bem e a luz semeia
Nas fainas do evolutir:
Terá a ventura que anseia.
Nas sendas do progredir.
Uma excelsa voz ressoa,
No Universo inteiro ecoa:
“Para a frente caminhai!
“O amor é a luz que se alcança,
“Tende fé, tende esperança,
“Para o Infinito marchai!”
Livro dos Espíritos
170. O que se torna o espírito depois de sua última encarnação?
“Espírito bem-aventurado; ele é espírito puro.”
Mensagem de Encerramento
Obs. Publicaremos a transcrição no sábado dia 10.