Marchemos!
Castro Alves
Há mistérios peregrinos
No mistério dos destinos
Que nos mandam renascer:
Da luz do Criador nascemos,
Múltiplas vidas vivemos,
Para à mesma luz volver.
Buscamos na Humanidade
As verdades da Verdade,
Sedentos de paz e amor;
E em meio dos mortos-vivos
Somos míseros cativos
Da iniqüidade e da dor.
É a luta eterna e bendita,
Em que o Espírito se agita
Na trama da evolução;
Oficina onde a alma presa
Forja a luz, forja a grandeza
Da sublime perfeição.
…
Castro Alves foi poeta baiano, desencarnou a 6 de julho de 1871, com 24 anos de idade. Mocidade radiosa, o autor consagrado de Espumas Flutuantes exerceu nas rodas literárias do seu tempo a mais justa e calorosa das projeções. Nesta poesia sente-se o crepitar da lira que modulou – O Livro e a América.
Extraído do livro Parnaso de Além Túmulo, Psicografia Francisco C. Xavier, Espíritos diversos, Editora Feb.
O Livro dos Espíritos
Parte 2 – Vida Espiritual – Capítulo 8 – Emancipação da Alma – Item Êxtase
441. Quando o extático exprime o desejo de deixar a Terra, fala sinceramente? E não é retido pelo instinto de conservação?
“Isso depende do grau de purificação do espírito; se vê sua posição futura melhor do que sua vida presente, faz esforços para romper os elos que o prendem à Terra.”
442. Se se deixasse o extático entregue a si mesmo, sua alma poderia abandonar, definitivamente, o seu corpo?
“Sim, ele pode morrer; é por isso que se torna preciso chamá-lo, através de tudo aquilo que pode prendê-lo a este mundo, e, principalmente, fazendo-o entrever que, se quebrasse a corrente que o mantém aqui, este seria o jeito certo de não permanecer lá, onde vê que seria feliz.”